Fabian Penny Nacer

Breve Currículo:

– Agente de Prevenção – Denarc (SP)
– Curso para monitores de tratamento – Febract (Campinas, SP)
– Bacharel em Teologia e Aconselhamento. (Faculdade Batista)
– Extensão em Clínica da Dependência Química – Unifesp (SP)
– Pós graduado em Psicopatologia (UNICID)
– Especialização em Dependência Química. (UNISP – SP)

História de Vida:

Cresci em família de classe média no bairro de Moema em São Paulo. Éramos em 4 irmãos e eu era o mais velho. No meu bairro não havia violência e nem tráfico de drogas. Sempre tive as melhores oportunidades na vida, pude estudar em colégio particular e meu pai sempre foi muito presente e preocupado com nossa educação.

Mas, apesar de tudo, formamos uma turminha de adolescentes na faixa dos 14 anos e começamos a fumar cigarro durante as tardes depois da escola. Passamos a pegar escondido um pouco de bebida das garrafas que nossos pais mantinham em casa para beber antes dos bailinhos de fim de semana. Em pouco tempo meu melhor amigo apareceu com um cigarro de maconha e todos nós fumamos.

Fazíamos tudo em nome do grupo, da curiosidade, da aventura e por consequência de não termos recebido educação preventiva sobre drogas e álcool, que deveria ter iniciado na pré- adolescência.

Aos 18 anos eu já estava envolvido com cocaína e comecei a vender a droga na escola e no bairro para bancar o meu consumo. O apartamento onde eu morava, em um condomínio fechado, havia se tornado um ponto de venda de drogas.

Preocupado e com medo, pensava em uma saída antes que fosse preso ou que algo pior acontecesse comigo. Durante uma festa de fim de ano na empresa em que trabalhava, ganhei um carro 0Km em um sorteio, no valor de 25 mil reais. Com o dinheiro do carro mudei para Miami nos EUA para tentar me afastar de tudo e de todos.

Comecei a estudar aviação, tirei as licenças e já estava pilotando, mas voltei a usar drogas. Sofri um acidente com o avião e perdi tudo que havia investido. Passei 7 anos viajando entre o Brasil e os EUA tentando fugir de mim mesmo.

Por vários anos eu e minha família buscamos ajuda, mas a vontade de usar me dominava e eu roubava as coisas de dentro da minha casa para trocar por drogas. Passava a noite inteira vagando pelo submundo da cidade até desmaiar de tão drogado. Quase sempre acordava em cortiços ou em casas abandonadas na periferia, com seringas espetadas no meu braço sem me lembrar do que tinha acontecido.

Aos 26 anos, descendo a serra de Santos, estava dirigindo bêbado quando perdi o controle do carro. Abandonei o local do acidente para não perder as drogas que carregava comigo e, sem coragem de procurar minha família, passei a viver na rua.

Desde o dia do acidente minha família só teve notícias a meu respeito 1 ano depois. Morei 6 anos nos casarões abandonados da Cracolândia, fumando crack 24 horas por dia, onde meninos e meninas de 13 anos se prostituíam durante as madrugadas em troca de drogas. Cheguei ao ponto de ficar um ano sem tomar banho.

No auge da minha “paranóia” passei a viver como um rato dentro dos bueiros para tentar me esconder das pessoas. Após 25 internações em clínicas psiquiátricas, evangélicas, católicas, budistas, espíritas, terapêuticas e de 12 passos, finalmente consegui deixar as drogas em 2003, após um despertar espiritual que acredito ter sido o começo do caminho de volta.

Passei 2 anos em tratamento com psicólogos, psiquiatras e grupos de ajuda. Ficava a maior parte do tempo deitado no sofá de caso sob o efeito de medicamentos. Minha família e eu acreditávamos que eu ficaria daquele jeito. Com o tempo o tratamento foi funcionando e a vontade de voltar para a vida foi crescendo dentro de mim. Cada vez mais eu percebia que podia vencer o meu maior inimigo, que era eu mesmo.

Durante o meu tempo na rua, em um farol que costumava pedir dinheiro, conheci meu filho quando ele já tinha três anos. Fomos apresentados um ao outro em 2005 quando ele estava com dez anos. Neste mesmo ano, aos 37 anos, entrei para a faculdade pela primeira vez.

Durante a faculdade, tive o privilégio de ajudar voluntariamente mais de 400 famílias que sofriam com o problema. Concluí a faculdade de Teologia e Aconselhamento, fiz 4 cursos técnicos, 1 extensão e pós graduação em Dependência Química.

Há 3 anos conheci minha esposa em um site de relacionamento e hoje vivemos com seus 2 filhos adolescentes do primeiro casamento. Meu filho tem hoje 17 anos. As palestras que apresento e os projetos de prevenção que desenvolvo dominaram minha vida profissional. Deixei de trabalhar como administrador de empresas, atividade que desenvolvia há 6 anos, para me dedicar exclusivamente a isso.

Temas das palestras com os pais
– Como se dará o primeiro contato dos nossos filhos com o álcool e com as drogas
– Armadilhas que rodeiam os adolescentes.
– Situações de risco que costumamos não nos preocupar.
– Como proteger nossos filhos.

Temas das palestras com os adolescentes
– Depoimento de vida impactante
– Mitos, verdades, prós e contras do cigarro, do álcool e da maconha.
– O seu encontro com as drogas se dará através dos seus amigos.
– A pressão do grupo, como não ceder e o que fazer.
– Observando os detalhes da propaganda enganosa do álcool e da maconha.